terça-feira, outubro 19, 2010
CHOREI...
Chorei
Mas não sei se alguém me ouviu
E não sei se quem me viu
Sabe a dor que em mim carrego
e a angústia que se esconde
Vou ser forte e vou-me erguer
E ter coragem de querer
Não ceder, nem desistir eu prometo
Busquei
nas palavras o conforto
Dancei no silêncio morto
E o escuro revelou que em mim a Luz se esconde
Vou ser forte e vou-me erguer
E ter coragem de querer
Não ceder, nem desistir eu prometo
Não há dia que não pergunte a Deus porque nasci
Eu não pedi, alguém me diga o que faço aqui
Se dependesse de mim teria ficado onde estava
Onde não pensava, não existia e não chorava
Prisioneira de mim própria, o meu pior inimigo
Às vezes penso que passo tempo demais comigo
Olho para os lados, não vejo ninguém para me ajudar
Um ombro para me apoiar, um sorriso para me animar
Quem sou eu? Para onde vou? De onde vim?
Alguém me diga porque me sinto assim
Sinto que a culpa é minha mas não sei bem porquê
Sinto lágrimas nos meus olhos mas ninguém as vê!
Anja
quarta-feira, outubro 06, 2010
A DOR QUE DOI MAIS
Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói.Um soco, um pontapé, dói. Bater com a cabeça na quina da mesa, dói. Morder a língua, dói. Cólicas, cáries e pedra no rim também doem. Mas o que mais dói é a saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade de nós mesmos. Dói essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida.Podias ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabia-se que estava lá.Podias ir para o escritório e ele para o dentista, mas sabias onde estava. Podias ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem te vêr, mas amanhã se viam. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua a constipar-se
no inverno, não saber mais se ela continua pintar as unhas de vermelho.
Não saber se ele ainda usa a camisa que lhe ofereces-te, não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango assado, se ela tem assistido as seris da tv, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu uma receita nova, se ele continua a beber a cerveja bem fresquinha, se ela continua preferindo Coca-cola, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua sonhando, se ela continua amando. Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ele está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.
Algo que li e gostei
Anja
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