Uma boneca de pano-encantado,
Que vivia perdida em labirintos de simulações
Acordou diferente uma manhã,
Desconhecendo as razões.
Suas pernas de trapo desapareceram
Substituiu-as uma cauda sedosa!
Um cabelo forte e rebelde,
Suas tranças cor-de-rosa.
Seus olhos fixos, de boneca encantada,
Por olhos vivos, como os de quem não quer perder nada.
Suas mãos sem dedos e de algodão
Por dez dedos que anseiam tocar marés.
As penas, que habitavam seu coração
Por mil desejos, de ter o mundo a seus pés.
Dezenas de bonecos companheiros
Por um golfinho só para encantar.
O pó de suas prateleiras
Pelo encanto do seu infinito mar.
A escuridão das ausentes estrelas
Por uma pura luz... Pelo luar.
Sim, uma simples boneca de encantados trapos,
A quem quedavam sonhos, planos e vida
Acolheu a essência de cada dia,
Para nunca ter uma jornada perdida.
Substituiu castelos
Por mar, Sol e areia.
Não, já não é uma boneca.
Não, hoje acordou sereia.
ANJA
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